Lennox Head e Nimbin

Gold Coast 3:30 da manhã, acordamos bem dispostos sabendo que teríamos um dia especial pela frente, pois a previsão marcava 2.7m de ondulação de sul com 15 segundos de período e sem vento, como no Superbanks o swell de sul não entra muito bem, decidimos pegar a estrada até Lennox Head, uma das melhores ondas da Austrália, e lá essas condições seriam ideais. A expectativa de pegar altas ondas era enorme, pois se tratava do maior swell desde que chegamos à Austrália a 1 mês.
A 100 km da Gold Coast, Lennox Head é uma aldeia costeira no litoral norte de New South Wales, situado entre Byron Bay e Balina e é conhecido como Lennox National Surfing Reverve, tudo protegido e preservado para a prática do surf, um verdadeiro parque de diversão para surfistas, feito por Deus e muito bem cuidado pelo homem, assim como na maioria dos picos de surf na Austrália, um grande exemplo de amor pelo surf, a natureza e o respeito com toda a criação de Deus.
Sheylla e eu, chegamos em Kirra na casa dos parceiros, Juliana e Pedro por volta das 4:30, amarramos rapidamente as pranchas no teto do carro, e partimos. Na estrada o nascer do sol foi um espetáculo a parte, uma espécie de introdução ao dia alucinante que estava por vir, um pouco mais de uma hora de viagem e então chegamos ao nosso destino, logo já avistamos aquelas linhas de ondas vindo lá de traz, e a série bombando com 6 pés + sólidos e perfeitos na extensa bancada de pedras, fiquei arrepiado de tão incrível que era a perfeição daquele lugar, podíamos ver claramente no rosto de todos o sorriso e a alegria de estar ali presenciando esse espetáculo maravilhoso da natureza... Depois de alguns minutos em estado de choque admirando tudo aquilo, bateu a euforia e a vontade louca de cair logo naquele mar, puxei minha 6’1” roud pin nova, que o Tico e Teco da Silver Surf fizeram para mim 3 dias antes do meu embarque para Aussie, Pedro também sacou o seu foguete e decemos a trilha, fissurados, adrenalizados, porém cautelosos, a entrada no mar é pelas pedras e exige um pouco de atenção, depois de uma forte remada chegamos ao pico sem problemas, o crowd era selvagem, as 6:30 am, já tinha umas 40 cabeças no outside todos querendo remar em todas as ondas, uma rabiação frenética, assim que cheguei no outside já me posicionei mais para fora do pico e pra dentro da onda, onde tava rolando uma seção sinistra e ali só tinham 3 caras. Assim que sentei na prancha, já veio a série, os três remaram na primeira, e a segunda veio maior ainda, enorme toda pra mim, remei forte e botei pra baixo, uma bomba com uns 8 pés, não consegui passar a seção mas o drop foi alucinante, depois fiquei mais junto do crowd, mas estava quase impossível de pegar uma onda sozinho ali, com muito esforço consegui duas ondas fantásticas que valeram a queda, a remada de volta era insana, com a correnteza contra levávamos meia hora para chegarmos novamente ao pico, no final acabei ficando mais no insaide e lá encontrei meu brother Pedro, que é mineiro e estava comendo quietinho pegando várias sem muitos problemas com o crowd, fiquei por ali e também peguei algumas boas, no final deu tudo certo pegamos algumas ondas e saímos da água quebrados e esgotados de tanto remar, mas com a cabeça feita.
Na volta demos uma esticada até um vilarejo muito louco chamado Nimbin, localizado na borda exterior de um vulcão em meio a pastos verdejantes, rios e belíssimas montanhas, o lugar acolhe uma comunidade hippie com 350 habitantes, e atrai muitos mochileiros e aventureiros de todas as partes do mundo, onde acontece um enorme intercambio cultural, muita arte e musica de qualidade num ambiente totalmente alternativo. Depois de um passeio por Nimbin, pegamos a estrada de volta já no final da tarde, encerrando mais um dia fantástico em nossas vidas.

Confira tudo no vídeo a baixo: